Website on global south and decolonial issues.

“Todas as Fronteiras” – Doc’s Kingdom

O Doc’s Kingdom – Seminário Internacional sobre Cinema Documental está de regresso para a 12.ª edição, de 20 a 25 de Setembro de 2015, realizando-se pela primeira vez em Arcos de Valdevezno Alto Minho.

Organizado pela Apordoc – Associação pelo Documentário e co-produzido pelo Município de Arcos de Valdevez, o Doc’s Kingdom 2015 mantém as características originais do seminário fundado em 2000, realizado em Serpa até 2010 e nos Açores em 2013. Assegurando a presença dos realizadores dos filmes, colocando em diálogo cineastas consagrados e jovens artistas, reunindo uma comunidade internacional de participantes, o Doc’s Kingdom apresenta um programa de sessões seguidas de debates colectivos organizados num ambiente informal que dilui as fronteiras entre autores e espectadores.

Num modelo alternativo aos festivais de cinema e às conferências académicas, o seminário Doc’s Kingdom volta a insistir numa dinâmica colectiva, com um programa único e integral para todos os participantes e um tema de partida para o itinerário de visionamentos e conversas, cujo percurso é finalmente determinado pelo grupo de participantes. As inscrições para o seminárioestão abertas por ordem de chegada, independentemente das profissões e das áreas de formação, custam 25€ e dão acesso a todas as 14 sessões e debates entre os dias 20 e 25 de Setembro.

O programa de 2015 convida a uma rota por “Todas as Fronteiras” – geográficas, geopolíticas, entre quem filma e quem é filmado, o visível e o invisível, o centro e a periferia, o público e o privado, o som e a imagem – e conta com a presença dos realizadores Adirley Queirós, Catarina Mourão, Eloy Domínguez Séren, Eric Baudelaire, Eyal Sivan, Filipa César, Joana Pimenta, Nelson Carlo de los Santos Arias e Salomé Lamas. Também Robert Kramer, cineasta norte-americano falecido em 1999, a quem o seminário deve o nome, estará em foco nesta edição.

Nuno Lisboa, director do seminário, sublinha que o tema do programa sugere um caminho entre os filmes, promovendo – como sempre no Doc’s Kingdom – o confronto e o diálogo entre diferentes visões do cinema e do mundo. Simultaneamente, procura-se aprofundar o universo de cada realizador convidado, com a apresentação de vários trabalhos e não apenas da obra mais recente, bem como de projectos em curso ou não realizados.

Cada jornada do seminário tem início às 10h da manhã, com duas a quatro sessões de cinema diárias, num alinhamento que não é revelado antecipadamente: todos os dias, o grupo internacional de participantes entrará no auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez sem saber exactamente que filmes vai ver. Ao final do dia, pelas 18h, o debate colectivo dá lugar à circulação da palavra entre todos os participantes, incluindo inscritos, realizadores, convidados, organizadores e voluntários.

Em 2015, a experiência imersiva a que se propõe o Doc’s Kingdom continua a passar pelo lugar em que se realiza. A relação com o lugar e a proximidade da fronteira com Espanha integram-se no próprio programa de filmes, nomeadamente com Jet Lag (2014), do realizador galego Eloy Domínguez Séren, A Raia (2012), do também galego Iván Castiñeiras, ou Le Passeur (2008), de Filipa César.

A primeira edição em Arcos de Valdevez acontece no ano em que se comemoram os 500 anos do Foral da vila e se conclui a intervenção de valorização do Paço da Giela, monumento nacional desde 1910.

O lugar assume especial protagonismo na exibição de A Toca do Lobo (2015), de Catarina Mourão. A realizadora explora a memória familiar escondida, centrando-se na figura do seu avô Tomaz de Figueiredo, escritor que dá nome à Biblioteca Municipal de Arcos de Valdevez. O documentário é exibido na cerimónia de abertura, em sessão pública de entrada livre, no domingo 20 de Setembro, às 21h.

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.