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Ruy Duarte de Carvalho

Arquivo dedicado a Ruy Duarte de Carvalho.

Conhecer e animar o arquivo de RDC: processos e resultados a partir de uma inventariação

Recorro aos materiais produzidos por Carvalho durante um longo período de tempo para mostrar algumas dimensões do seu processo criativo, procurando fornecer uma primeira interpretação destas em relação a algumas das suas obras. Uso livremente várias áreas exploradas pelo autor, concentrando-me, porém, sobretudo em dimensões gráficas e visualmente estimulantes. Combino essa discussão com a apreciação de alguns resultados do que chamo “animar” este arquivo obtidos através da inventariação e apresentados na exposição, e termino enquadrando um dos vídeos baseados em material de arquivo nela apresentado.

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Diálogos artísticos, transdisciplinares e intergeracionais: práticas artísticas contemporâneas e o imaginário de Ruy Duarte de Carvalho

Que seja então levada a sério – com o mesmo espírito crítico e exigente com que foi realizada – a obra multifacetada de Ruy Duarte de Carvalho, assim como a das gerações artísticas que lhe sucederam, em Angola e na diáspora, e que, sem terem necessariamente pensado muito no que ele fazia, comungam, “por caminhos tão diversos mas também tão convergentes”, duma mesma prática e duma mesma busca.

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“Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo”. Pensar por imagens.

No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.

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Situar-se. Identidade e tradução em Ruy Duarte de Carvalho

Descentrar o olhar sobre a nação pareceu o caminho mais adequado e, vieram, assim, os pescadores da ilha de Luanda e a epifania dos Kuvale e do Namibe. Situar-se, com os pés firmes no chão angolano, começando o processo de aprendizagem do espaço nacional enquanto indivíduo, para depois ampliar o espaço do registo e passar a observar como e onde se colocam os outros.

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Escritas e imagens para uma epistemologia nómada. ruy duarte de carvalho e james c. scott entre resistências subalternas, oralidades e cinema não etnográfico 

Vimos no cruzamento das obras de Ruy Duarte de Carvalho e de James C. Scott a problemática de uma construção não dominadora do saber. Estamos aqui num terreno que é também comum a E.P. Thompson e aos subaltern studies assim como ao pensamento descolonial de W. Mignolo e de outros pensadores latino-americanos, nos seus combates contra a desqualificação e invisibilidade das resistências locais subalternas.

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A realidade em estado de palavra: notas a partir d’os Papéis do Inglês, de Ruy Duarte de Carvalho, e de fragmentos conradianos

Gostaria de propor que o recurso a duplos parece sugerir que perceber a si envolve fazer-se outro. Ou seja, se ao falar do outro digo de mim, apenas tomo contato com minha própria existência na relação de alteridade e configurando “outros”. Estas seriam, em minha opinião, algumas das proposições que surgem da trilogia: 1) ao dizer do outro, digo de mim; 2) para me conhecer, necessito me dizer ao outro; 3) para me perceber no mundo, preciso tornar-me, também, uma alteridade.

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Os triângulos de Ruy Duarte de Carvalho

…a estória, então, ou a viagem que tenho para contar começaria assim: tem um lugar, dizia eu, tem um ponto no mapa do Brasil, tem um vértice que é onde os Estados de Goiás, de Minas Gerais e da Bahia se encontram, e o Distrito Federal é mesmo ao lado. Aí, sim, gostaria de ir…

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Estórias de pastores: duas perspectivas angolanas sobre a identidade nacional e as outras

A descoberta de um pequeno conto da década de 1970 abriu-me a possibilidade de estabelecer uma comparação com outro escritor angolano da mesma geração, Pepetela, cuja obra analisara em detalhe para a minha tese de doutoramento (Santos 2011). A coincidência de ambos terem escrito, com um intervalo de quase 30 anos, sobre o mesmo tema, facilitou um exercício comparativo cujo objetivo é salientar a originalidade e pertinência das ideias de Ruy Duarte de Carvalho (RDC) a respeito das identidades coletivas parcelares.

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O nomadismo literário de Ruy Duarte de Carvalho

Este artigo pretende demonstrar como essa trajetória se reflete na sua produção literária desenvolvida a partir do final da década de 1990 e compreender as bases sobre as quais se construiu o diálogo entre esses campos. A análise sobre como as diferentes expressões e linguagens se inserem no texto de Carvalho dá o arranque a uma reflexão sobre as relações entre antropologia e literatura, e os questionamentos acerca de autoria e narração, que sustentam o projeto literário desenvolvido na trilogia Os filhos de Próspero.

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