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Entrevista ao músico Muzila – Moçambique

Muzila toca saxofone alto e canta para o seu projeto Muzilation, que mistura vários géneros musicais, desde o Jazz, passando pelo hip hop recorrendo à marrabenta. Muzila explica esta mistura dizendo que é o resultado das influências que foi acumulando ao longo da sua vida.

Muzzila à direita acompanhado por Paulo Chibanga, organizador da segunda edicao do Festival AzgoMuzzila à direita acompanhado por Paulo Chibanga, organizador da segunda edicao do Festival Azgo

 

O que falta no panorama musical moçambicano?

Os músicos precisam de ser protegidos. Não há muita vontade de facilitar a produção musical em Moçambique e isso nota-se principalmente na falte de apoio financeiro aos músicos. Então é muito difícil para os músicos crescerem sem esse tipo de apoio porque não são bem pagos. Eu acho que isso cria um certo constrangimento e um bloqueio no desenvolvimento do músico. Porque um músico que ensaiava muito porque queria chegar a um certo sitio, quando não vê retorno não pratica assim tanto.

Pode dizer-se que alguns músicos acabam por deixar de tocar o que gostam para tocarem o que se vende?

Não é o meu caso mas também já me passou pela cabeça. Mas sim, já vi muitos músicos a fazerem isso. Músicos que faziam um estilo de música e que agora se comprometeram com um outro tipo de música e, por acaso, alguns até vendem bem, mas não sei se estão a fazer aquilo que gostam.

Com que tipo de dificuldades é que se deparou a fazer a música de que gosta?

É mais a nível financeiro, porque não há dinheiro para a cultura em Moçambique.

O que é que festivais como o Azgo podem fazer pelos músicos que procuram apoio?

O meu projeto ainda é recente, nasceu há três anos. O festival Azgo é uma plataforma para mostrarmos os nossos projetos e darmos a conhecer ao público o que fazemos.

Como descreve o panorama musical moçambicano?

O panorama musical está em constante mudança. Há anos atrás não tínhamos um músico como o Jimmy Dludlu e agora temos. O Jimmy Dludlu é um guitarrista moçambicano que está erradicado na África do Sul mas que toca em todo mundo. E já estamos a ter mais músicos a divulgar os seus produtos em vários países. Então acho que estamos em movimento.

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