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António Ole

As Matérias Vitais de António Ole

“António Ole: Matéria Vital” reúne obras de diversos períodos do multifacetado percurso artístico de mais de cinquenta anos de António Ole (Luanda, 1951). Realizadas em vários meios, da escultura à fotografia, do desenho ao vídeo, estas obras colocam em evidência a atenção que Ole tem dedicado à natureza e aos seus elementos e matérias vitais. A terra, a água, o fogo e o ar assumem aqui inúmeras formas que, no seu conjunto, convidam a uma percepção planetária e a uma consciência ecológica não só da coabitação, mas, sobretudo, da interdependência entre formas de vida humana e não humana (animal, vegetal, mineral) – assunto vital, para cuja premência e urgência a própria realidade pandémica veio, mais do que nunca, alertar.

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António Ole: Matéria Vital / Vital Matter

Com uma obra marcadamente atenta aos ritmos e rostos, às matérias e construções, às superfícies e texturas urbanas – em especial, de Luanda, dos seus musseques e das suas ilhas –, desde cedo Ole observou também essa outra Angola tão dissemelhante da capital, as suas diversas paisagens e modos de vida. António Ole: Matéria Vital / Vital Matter desvela, precisamente, alguns desses outros ritmos e texturas, as matérias vitais para lá das paredes e da pele da cidade.

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Diálogos artísticos, transdisciplinares e intergeracionais: práticas artísticas contemporâneas e o imaginário de Ruy Duarte de Carvalho

Que seja então levada a sério – com o mesmo espírito crítico e exigente com que foi realizada – a obra multifacetada de Ruy Duarte de Carvalho, assim como a das gerações artísticas que lhe sucederam, em Angola e na diáspora, e que, sem terem necessariamente pensado muito no que ele fazia, comungam, “por caminhos tão diversos mas também tão convergentes”, duma mesma prática e duma mesma busca.

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Elas Aqui, os Cinquenta Anos, o Renascimento, os Senhores do Vento e o James Brown, Ou Cinco Impressões de Luanda (Uma das quais em Lisboa)

De uma viagem recente a Luanda, destaco uma exposição colectiva e três individuais: Being Her(e), comissariada por Paula Nascimento (Angola) e Violet Nantume (Uganda); 50 Anos Vivendo, Criando, de António Ole (Angola); Luvuvamo + Nzola | Paz + Amor, de Paulo Kapela (Angola); e Senhores do Vento, de Thó Simões (Angola). Em Lisboa, assinalo Fuck It’s Too Late!, a primeira individual de Binelde Hyrcan (Angola) em Portugal, com curadoria de Ana Cristina Cachola (Portugal).

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Objectos encontrados, viagens: o fecho de um ciclo criativo e outros reencontros -ANTÓNIO OLE

“É o fecho de um ciclo”, diz-me António Ole enquanto conversamos num café de uma das ruas mais movimentadas da Praça do Chile, em Lisboa. Falamos a propósito da exposição que estava para estrear em Luanda, no Centro Cultural Português, e que decidiu estruturar a partir de uma das séries de trabalhos mais internacionalmente conhecidas – as Township Walls, ou paredes de “bairros de lata” (favelas) –, fechando assim um ciclo criativo que na verdade se recicla, proporcionando outras abordagens artísticas.

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Sobre a exposição “Angola Figuras de Poder”

Se o escritor e poeta francês Paul Valéry fosse vivo, ele só teria de atravessar a rua: aquela que foi a sua casa está mesmo defronte do museu Dapper. Durante meses, poderia entrar, visitar minuciosamente a exposição, compreender como é que o poder político, o poder mágico-religioso e o poder artistico e cultural estão representados. Antes de sair do museu, Paul Valéry poderia ir ainda ao restaurante e comer um “calulu à la française”: e essa hoje muito provavelmente já nem seria até uma hipótese, mas sim um facto, porque a exposição “Angola, figuras de poder” é um acontecimento.

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