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arquitetura

Ângela Mingas: Recuperar o passado, propor para o futuro

Quando começou a perceber a apatia que existia em relação à defesa do património de Luanda, Ângela Mingas descobriu também que o seu trabalho não teria só a ver com arquitectura. Nem sequer com história. Era uma coisa do presente e, para a qual, toda a sociedade teria que ser chamada. Fala em mudança de mentalidades e é esse o trabalho mais difícil.

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Matéria, Memória e Máquina: A Política e a Poética do Olhar em ‘Factory of Disposable Feelings’ de Edson Chagas

Esta série dá continuidade às indagações que singularizam a obra de Chagas, nomeadamente a atenção às relações vivenciais e afetivas que os sujeitos estabelecem com objetos e espaços quotidianos, contrariando rápidos ritmos de consumo através de um olhar desacelerado que perscruta em proximidade matérias, formas e texturas descartadas. Contudo, a série marca simultaneamente uma espécie de viragem, na medida em que, ao contrário de séries anteriores realizadas em vários espaços públicos urbanos a Norte e a Sul, vagamente identificados (as ruas e praias de Luanda, Veneza, Londres e Newport, etc.), nesta série, pela primeira vez, o fotógrafo concentrou-se nos espaços interiores e exteriores de uma arquitetura específica.

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Arquitetura mindelense: um património ameaçado pelo abandono

A viagem começa pelo Fortim Del Rei, um dos lugares onde acedemos a uma das mais bonitas vistas do Mindelo, numa panorâmica para o Monte Cara e para a Avenida Marginal. Trata-se de um espaço onde restam apenas ruínas de um Forte construído em 1852, guarnecido e partilhado com sete peças de ferro, fundidos em Londres e que serviu de prisão.

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Arquiteturas Film Festival — 1 a 6 Junho 2021

A 8ª edição da Arquiteturas tem como objetivo refletir sobre a construção social do espaço conectado a um fio que circula dentro de suas próprias narrativas de dominação. Narrativas também sobre identidade que muitas vezes é retirada ou forçada a representar o nosso corpo. Contra algumas suposições atuais, vemos este paradigma perceptivo — um epítome da visão de nossos tempos — como fundamentalmente social, espacial e corporal.
A arquitetura trabalha com poderes administrativos, económicos, políticos e estruturais que controlam, segregam e colonizam, mapeando ativamente os territórios espaciais habitados pelos nossos corpos.

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A fantástica história do palacete (com fama de) assombrado em plena Lisboa

Por trás de uma paisagem verdejante esconde-se uma casa em ruínas. Situa-se, precisamente na Quinta das Conchas e dos Lilases, no Lumiar em Lisboa, resultado de recuperação de duas quintas do século XVI, agora espaço público de lazer.
Após ter passado por várias famílias, esta quinta tornou-se propriedade de Francisco Mantero que a adquiriu em 1899 e foi seu proprietário até 1927. Da casa pouco resta, mas consegue-se ver a sua estrutura apalaçada, fazendo lembrar as antigas casas coloniais.

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O Arquiteturas Film Festival está de regresso de 1 a 6 de junho; “Bodies Out of Space” é o tema desta edição, de olhos postos em Angola

No Arquiteturas Film Festival, procura-se representar, a cada edição, documentários, ficções, animações e filmes experimentais com relevância para a divulgação da arquitetura portuguesa contemporânea, ao nível nacional e internacional. A edição de 2021 não é diferente, tendo sido dividida em três pilares distintos: na seleção oficial, na programação de competição e na programação do país convidado.
Como também já é habitual, todos os anos o Arquiteturas Film Festival procura um ponto de foco sobre o qual desenvolve e explora a sua programação. Este ano, o festival está de olhos postos na produção cinematográfica saída de Angola, onde a confluência de tempos e regimes é visível na sua arquitetura e na sua memória coletiva.

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO: uma reflexão para o século XXI a partir do estudo de caso da instalação da Universidade de Cabo Verde

Este artigo debate a relação entre concepções arquitetônicas e modelos educacionais para o ensino superior no século XXI. Para este fim analisaremos o caso da instalação da Universidade de Cabo Verde. É possível vislumbrarmos um projeto arquitetônico com melhor capacidade de atender a uma universidade localizada no continente africano no início do século XXI? Esta discussão será capaz de apontar novos caminhos para arquitetura e ensino superior ou estará refém de paradigmas anteriores, produzidos pelo norte global?

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Urban Africa: Office/MA, Urbanismo Negro

Mesmo correndo o risco desta acomodação, continuo a achar que é importante debater a questão levantada pelo urbanismo negro. Mesmo o nome – as pessoas me dizem, “Por que você usa o nome urbanismo negro? Por que não chama simplesmente de “urbanismo diferenciado”, ou “urbanismo diverso”, ou “urbanismo cultural”?”. Outra vez, acho isso uma questão legítima, já que urbanismo negro pode gerar muitos mal-entendidos. Mas eu acho que abre espaço para o debate. É deliberadamente um pouco provocativo. “Negro” e “urbanismo”? O que os dois termos têm a ver um com o outro? É exatamente neste ponto que eu quero chegar. Porque quando leio as revistas de arquitetura, não vejo muito de negritude. Vejo branquidão, literalmente. Não vejo muito que seja representativo do que estamos falando – e não estou falando apenas de David Adjaye.

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