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Amazónia: Os caminhos abertos pelas palavras do xamã yanomami, Davi Kopenawa.

As palavras do líder e porta-voz do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, são amazónicas; estão no livro A Queda do Céu, estão nos filmes em que participou, acompanham a exposição retrospetiva da fotógrafa Claudia Andujar, estão nos meios de comunicação social e nas redes sociais. São palavras que transmitem um conhecimento profundo dos mitos ancestrais e de como estes podem atuar na contemporaneidade; são advertências e denúncias, que se transformam em manifesto e, por vezes, em profecia. Kopenawa dirige-as ao povo da mercadoria, mas não são para trocar por estas, sugerem uma inversão de sentido no pensamento dos não-indígenas em direção à Natureza e à Amazónia, em particular.

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A Amazónia em 2021: antes do final do ano, histórias para adiar o fim do mundo

Para falar da importância, não só de contar mais histórias sobre Amazónia, mas sobretudo de contá-las a partir de outras perspetivas, com o intuito de construir narrativas livres de contextos colonizadores, de estigmas e estereótipos, realizou-se, entre os dias 23 e 27 de novembro, em Manaus, na capital urbana situada no meio da floresta amazónica, um encontro internacional que juntou – presencial e virtualmente – múltiplas vozes. Com o cruzamento de experiências pretendeu-se estimular a criação e comunicação dessas novas narrativas, sobretudo no cinema, mas não só.

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Ação de Graças, o luto do povo da Primeira Luz

Os perus, pão de milho, abóboras, amoras e bolos são a cara feliz do dia de Ação de Graças. Nesta celebração fofa que Hollywood nos impinge, as famílias unem-se e abraçam-se; os bons cidadãos ajudam os pobrezinhos que não têm que comer; milhares desfilam pelas ruas das cidades. A festa celebra o amor ao próximo e prepara os estômagos e ânimos para o Black Friday na virada das 24 horas.
Oficialmente, a comezaina e arrebate de caridade têm origem lá no início da fundação dos EUA em terra indígena, quando o primeiro grupo de colonizadores europeus com intenções claras de assentar arraiais aportou às praias do que hoje é Massachusetts. Eram 102 e passaram para a História como os “pais peregrinos”. Era o ano de 1620.

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Perdão? Que perdão?

Em 2019, uma carta oficial do México a exigir perdão a Espanha pelos crimes cometidos durante a Conquista pôs as relações entre os dois países às avessas. Dois anos depois, a discussão ganha proporções inimagináveis, metendo ao barulho governantes, ex-presidentes, a extrema direita espanhola, independentistas catalães e até Joe Biden e o Papa Francisco. Nos seus territórios, os povos indígenas assistem ao espetáculo em silêncio.
Sabem melhor que ninguém que 500 anos é pouco para lidar com a memória e o sangue.

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